quarta-feira, novembro 29, 2006

Resultados ao fim de 3 meses...


No passado dia 24 fiz exactamente 3 meses que tive a minha primeira experiência de escalada.
Nesse dia, em Agosto, experimentei escalar no Fradinho em Tabuaço, em top é claro e com sapatilhas... apenas no dia seguinte consegui encadear a minha primeira via, em top também, a Diana, 4º grau , igualmente em Tabuaço. Desde então os resultados para mim têm sido bastante motivadores. As pessoas que tenho conhecido, o ambiente associado à escalada, os sítios que tenho descoberto apenas devido a esta nova actividade têm sido simplesmente inegualáveis com qualquer outro desporto que pudesse ter escolhido.
Deixo apenas uma ressalva para a minha Mami; não te preocupes, para além da capacidade que a escalada tem de nos transmitir sentimentos de frustração e/ou grande realização, medo e adrenalina, concluo que é um desporto relativamente seguro em comparação a muitos mais comummente aceites. A segurança é sem dúvida uma prioridade na sua prática.

Os resultados dos 3 meses são então:

25/08/06 - Diana, IV, e Fradinho, IV, em top - Tabuaço
09/09/06 - Via Rápida, III e Portugalopitecus, III - Redinha
16/09/06 - Aresta dos Básicos, VB e Huf Huf, V0+ - Blocos da N. Sra. da Assunção - Sto. Tirso
8/10/06 - LA cucaracha, IV+ - Redinha
14/10/06 - sem nome, IV - Longroiva
29/10/06 -Tan fácil, III+ à vista - Arboli, Espanha
30/10/06 - Kora, IV+ à vista - La Mussara, Espanha
31/10/06 - Aresta Bruts, IV e Cocoricó, III+ à vista - Mont-ral, Espanha
12/11/06 - Romulo e Remo, V+ - Tabuaço
19/11/06 - Kinder Garden, V - Poios, sector Microondas

Fotos de Montserrat



O mosteiro de St. Bennet mesmo ao fundo do majestoso Serrat del Moro Paret com os seus 360 m.
A vista do nosso quarto em Monistrol era simplesmente assombrosa.

A zona do Mosteiro é simplesmente fantástica, surreal! E o melhor é que algumas das suas "agulhas" são escaláveis com vias de vários largos, algumas com mais de 200 metros... O funicular leva-nos até à zona mais alta da serra.


Escaladores por todo o lado... colocam a corda em top às 10 da manhã e ficam com ela ali o dia todo! É incrível!
tal como o nome da via indica... a escola não é muito diferente. Aqui se pode ver o conglomerado de Montserrat.

Fotos de Prades

Aqui ficam algumas das fotos mais memoráveis das férias de escalada em Prades, como este escalador em Siurana.
Esta aldeia com Mont-Sant atrás numa manhã gélida com sol e nevoeiro, a caminho de Siurana.

O sector Trono em Siurana
Esta "encosta vermelha" em Siurana

Um francês a escalar um 6b+ (Ta) em Mont-ral, visto da uma passagem que tinhamos que fazer.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Cuidado com as moscas e os mosquitos!

Como resumo deste passado fim-de-semana apenas me ocorre um formalíssimo jantar sábado à noite, o meu segundo quinto grau encadeado (se não decotarem o meu primeiro de Tabuaço) e o ataque violentíssimo a que fui sujeita eu e todos os escaladores que estavam em Poios bem como o meu Milu, coitadito... é que aquelas moscas e mosquitos, apesar de estar de calças atacaram e morderam, a doer! sem dó nem piedade pelo meu cachorro sequer! agora com as pernas todas marcadas apenas posso deixar este aviso: cuidado com elas!

sexta-feira, novembro 17, 2006


Já voltei! é verdade, a aventura (sim, por vezes tivémos episódios de verdadeira aventura...) teve que terminar para voltar ao trabalho e no meu caso ao frio e à chuva... mas tem que ser.

Só posso garantir que os 15 dias de férias foram intensíssimos, vividos com muita adrenalina, cansaço, emoção, alegria, tristeza, dor, surpresa, encanto, assombro, excitação, pasmo e imensa contemplação pela capacidade humana quer para aproveitar a natureza quer para construir algo de simplesmente fantástico. Passo a relatar o que ainda me recordo da nossa viagem e que pode até servir de guia para viajantes que não queiram gastar muito dinheiro (que não foi bem o nosso caso que ainda cometemos algumas extravagâncias), não se importem de acampar e gostem de escalada e algum turismo cultural e histórico. Enfim, quem queira ir até à região de Prades, Montserrat e à cidade de Barcelona.

domingo, novembro 05, 2006

Prades - La Mussara - Siurana - Mont-ral- Montserrat - Monistrol de Montserrat - El Bruc- Vila Nova de Prades


É verdade, a preguiça apoderou-se de mim e o meu plano de fazer um relato mais ou menos diário das férias de Espanha tanto quanto pude fica por aqueles dias que já relatei e aquilo que vos posso garantir é que sem dúvida conheci uma região fantástica. A Cataluña é de uma riqueza cultural, geológica, histórica, paisagística, enfim, longe do que eu imaginava... e o quanto que ficou por conhecer...

O que ficou por contar é muito e são tantos os episódios... como a nossa travessia neste pequeno rasgo na rocha que aparece na foto em La Mussara e que começa por ter a nossa altura e depois reduz-se até termos que ir de gatas... com cerca de 2 m de largura e com um precipício de cerca de 40 m do nosso lado direito... as mochilas às costas... e para voltar atrás teríamos que o contornar por baixo demorando o triplo do tempo. Ou como quando decidimos ir conhecer outro sector em La Mussara... depois de mais alguns encadeamentos do mestre e muitos sustos à mistura decidimos mudar de sector e ir conhecer o 6º que deveria ficar apenas "do outro lado da estrada". O que é certo é que depois de descermos uma pequena ladeira onde quase caíamos por implicância do Márcio eu decidi puxar dos meus "galões de orientação" e meter-nos no meio do mato seguindo aquilo que eu entendi ser um trilho no meio de silvas, trepadeiras dignas da selva amazónica, ladeiras escorregadias, azinheiras e todo o tipo de mato denso que se possa imaginar com espinhos e picos... ao fim de mais de meia hora a cortar caminho (literalmente) e a seguir sabe-se lá o que, o bom senso e alguma vergonha fizeram-me admitir que estava enganada e que seria melhor regressar... aí veio o medo porque apesar de ser dia, termos as tikas (espécie de "farolins" de cabeça) e alguma comida e água nas mochilas (a minha com cerca de 5 kg e a do Márcio com mais de 8, o que a abrir mato em desnível é como se fosse o triplo) ajudou para que se levantasse um pouco de pânico... mas o meu orgulho fez com que enchesse o peito e me metesse a caminho... só ao fim de cerca de um quarto de hora e encontrar um pedaço de vidro verde no chão é que tive a certeza que estávamos bem, pelo menos no trilho certo... nunca me tinha sentido assim, posso seguramente afirmar que nunca tinha estado tão desorientada como desta vez... e o Márcio nem comentou... foi o que melhor fez... deu conta de como tinha ficado com o orgulho magoado e perante o stress a que tínhamos estado sujeitos decidimos nesse dia não escalar mais... fomos passear até Siurana, uma espécie de tréguas que souberam melhor que mil desculpas.

Siurana é simplesmente fantástico e as expectativas foram todas superadas.
No dia seguinte, 31, terça, fomos até Mont-ral onde depois de encadear umas coisas, aturarmos toda aquela feira de franceses que ocupavam as paredes e nos perdermos novamente no meio do mato e eu dar cabo de mais umas calças nas silvas, ainda perdi a minha camisola que tinha comprado de propósito para estas férias... ainda por cima azul! lol! Nesta noite fomos jantar a Montblanc, o centro urbano mais próximo de Prades, onde comemos um hambúrguer e comprámos uns doces regionais deliciosos!
Quinta fomos passar o dia todo em Siurana mas eu já estava na fase "down" e por isso não correu tão bem. Para além disso o dia esteve gelado, cerca de 9 graus com sol aberto!
Sexta fomos para Montserrat. Avistam-se ao longe as agulhas arredondadas da serra e a vista é hipnótica mas a minha conclusão ao fim de dois dias lá, quer dizer, na prática um de escalada, é que esta serra é a sereia dos escaladores. Ao longe as paredes quase que nos puxam mas na via os godos multicolores e escorregadios, as pequenas reentrâncias a que se chamam "gotas de água" a que só por milagre nos conseguimos apoiar, a aproximação de mais de meia hora, mais uma vez no meio do malfadado mato, até às paredes... é claro que o meu mau "astral" mantinha-se... tudo fez com que jurasse que nunca mais lá voltaria.
Saldo final destas férias de escalada em Prades:
Arboli
Kiffelarden 4+ (em top)
Tan fàcil 3+ (à vista!!! pela primeira vez!)
Marfullenga 5+ ou 6a (em top)
Valdric 4+ ou 5 (em top)
La Mussara
Covallonga 4 ou 5 (em top, 35 m)
Kora 4+ (à vista! pela primeira vez!)
Alabama's 5 (em top, enorme!)
Mont-ral
Aresta Bruts 4 (à vista)
Llamp de llamp 4+ (em top)
Cocoricó 4 ou 3+ (à vista)
Vila Nova de Prades
Too 4+ (em top)
e muitos tiros falhados como em Siurana e Montserrat

quarta-feira, novembro 01, 2006

Prades - Salou



Dia de descanço. Maravilha... quer dizer, para mim nem por isso... estava pronta para mais mas com o mau "periodo" do Mestre... este dia fazia mesmo falta.
Fomos almoçar a Salou que ficava a menos de 100 km de Prades. Uma paelha no meio de veraneantes tardios, alguns até com coragem para ir dar um mergulho da praia e estender-se na areia enquanto eu mantinha o meu casaco mais grossito e o lenço a proteger o pescoço do frio... loucos!, diria eu.
Ao longe, em vez do mar, o que me atraia constantemente eram as falésias que a cadeia montanhosa, ao longo de toda a costa nos exibia como uma provocação. La Mussara era "já ali"...
Regressámos por outro caminho e ainda passámos pelas paredes de La Riba. Esta escola tem apenas dois sectores e que são minúsculos em relação aos que nos habituámos... Voltámos ao parque, à vila, aos cafés, padarias e mercearias cujos horários continuávamos a não perceber. Fomos aos café que eu associo a artistas da plaza central onde ainda à uns dias tinha bebido uma taça de vinho assombroso. Pedimos para ligar o portátil à tomada, estivémos a descarregar as fotos da máquina, tomámos um chá e o frio da rua e a inércia do dia acabou por nos amolecer...Voltámos para o parque, estivémos um bom pedaço a ler a Visão que eu tinha ainda trazido de casa e depois jantámos uns legumes salteados acompanhados por salsichas cozidas... um verdadeiro jantar gourmet!
Tal como o jantar também o dia soube a pouco, muito pouco, quase nada.
Nas Antas eu sabia que era dia de juntar a família. Os meus pais, a Rita, o Nuno, a São, o Marcelino e a cambada e a bicharada toda é claro... estavam todos a comer pratos fortes de carne com castanhas concerteza... e quentes à lareira... e eu tão longe de casa.