quinta-feira, junho 28, 2007

Loba, procura-se...

Junho começou com um fim-de-semana de escalada com o Mestre e o Johny em Tabuaço e com a Feira Gastronómica a decorrer... está-se mesmo a ver... foi o terror... o vinho é que era bom e a Monarquia é que tem boa vida. Estávamos quase a tornar-nos assessores da realeza no que diz respeito a assuntos de trabalhos verticais (e isto não é mais uma piada à paternidade dos filhos do nosso Rei, D. Duarte de Bragança).
Encadeei os meus dois projectos do Fradinho, a Variante (6a) nas mesas (sem aquecer!) e o V+ do Malagueta... soube a pato! Saimos foi do malagueta todos mordidos das melgas... mas valeu a pena.

Ah, é de referir o incansável trabalho do Caríssimo Presidente da Junta de Tabuaço, Che, que tinha tudo impecável para podermos escalar em todos os sectores.

É a fama, lá está!

Entretanto chegou o ansiado fim-de-semana prolongado. Aproveitámos o feriado do 7 de Junho e fizémos uma ponte que nos permitiu 4 dias de mini-férias no Sul.
Quinta de manhã (depois de eu ter novamente adormecido e acordado causando 2 horas de atraso) lá partimos rumo ao Portinho da Arrábida e à Fenda.

Já chegámos perto da 1 da tarde e como parece que agora, em alguns dias temos que deixar os carros em cascos de rolha e apanhar o mini bus que nos leva até à praia, acabámos por demorar um pouco mais mas decidimos desfrutar um pouco mais calmamente e fizémos esse troço a pé.O que custou mais foi a aproximação aos sectores de escalada. Primeiro os trilhos não estão suficientemente marcados e podem facilmente ser confundidos com o caminho dos veraneantes para as casas de banho improvisadas (típico do português...). Depois de dar-mos com um dos acessos, a subida, à hora de pico do calor, com bastante cascalho solto e com uma inclinação bastante acentuada fizeram com que nomeasse oficialmente a Fenda como a escola de escalada com a aproximação mais difícil que visitei até hoje.


Não é preciso dizer que cheguei lá acima de língua de fora e se o meu médico me anda a chatear por causa de problemas respiratórios... comecei a levá-lo mais a sério...
Depois veio a parte mais difícil, dar com os sectores certos. Chegámos ao que entretanto sabemos ser o El Carallon e ficámos (eu ainda a recuperar o fôlego) a olhar feitos pasmos para aquelas paredes fantásticas à procura de algo que nos pudesse servir de referência para nos localizarmos nos croquis. Estava um grupo a 5 metros de nós onde o mestre reconheceu algumas personagens. Enquanto nós estávamos com cara de asnos a olhar para um palácio eles olhavam para nós como se fossemos duas pitas burras a chegar a uma faculdade de medicina, parecíamos aliens à vista deles...e o Márcio perguntou:

- Olá, é aqui o Carallon?
- É.

nem "Olá", nem "esta é a via x", "donde são", "precisam de ajuda"... para eles éramos outsiders, putos novos perdidos e que pela certa andávamos à procura dos III graus... enfim, se os "lisboetas" se queixam da fama que têm, estes vossos amigos, lá porque são vedetas, prós, grandes escaladores, sei lá, para mim podiam ser o Toninho da mercearia - que esse para mim é mais importante porque sempre me cumprimentou e tem um pão d'avó delicioso - só foram piorar a impressão que eu já tinha de certos episódios que me tinham relatado.

Creio que é uma obrigação de um escalador - e eu sei que ainda não sou ninguém para dar lições a alminha alguma - será até um dever cívico que se estiverem na "vossa zona" pelo menos dêem apoio a quem estiver desorientado. Acho que não é pedir muito. Fica a dica para os artistas que concerteza são demasiado importantes para lerem blogs de novatos nestas andanças como eu mas pode ser que alguém que um dia tenha a mesma visibilidade deles e que por enquanto só escale III e IV graus leia isto.

Kimie vs Lara Croft

Depois finalmente encontrámos pessoal que vem contrariar estas desilusões. Começámos por encontrar o Texas, um chairman do melhor e que fez logo questão de indicar uma via para o Márcio apertar e depois foi-nos mostrar o que eu chamaria de um sector de sonho... sim, para mim só em sonhos... a Rampa é de facto aquilo que torna todos os sacrifícios desde a viagem, a aproximação à escola e algumas pessoas, algo menor.

O pessoal com quem estivemos desde então foi já completamente diferente da experiência que tinha tido mais cedo. A maioria nunca tinha visto ou só conhecia de vista em Poios ou ouvido falar mas isso não fez com que nos recebessem mal ou nos ignorassem, foi tudo pessoal top.

Vi o Ricardo Belchior dar um tiro à via mais dura que vi até hoje (8a) e pela primeira vez ambicionei poder um dia escalar uma via que ainda está longe das minhas possibilidades. Ficaram lá os meus olhos num 6c e num 7a+ fantásticos! Para quem ainda tem muito a aprender de facto a escola não rende mas a partir do 7a é talvez a escola que mais recomendaria (se bem que Poios continua a ser a menina dos meus olhos).

A Kimie estava lá também junto com outros duros e impressionou-me também pela positiva, surpreendeu-me mesmo.




Tenrinhos...

No dia seguinte decidimos, contra todos os conselhos, ir visitar a escola da Guia. Os croquis apresentavam maior número de vias acessíveis e lá fomos da margem sul para a margem norte, pelo meio da confusão da capital.

A escola, para além de lotada de miúdos, formadores e formandos, alunos e supostos professores, foi uma completa desilusão. Depois da viagem que tínhamos feito, o Mestre encadeou dois 6a e viemos embora, eu nem lhes toquei. Tudo vidrado e besuntado pelo salitre do mar, ali mesmo ao lado, a bater nos rochedos, puxadores de mão cheia pareciam mais regletes manhosas, nada fixava a mão...

Fomos dali rumo a Sesimbra onde almoçámos e depois até ao Cabo Espichel que eu lembrava de infância. Ainda fomos fazer uma prainha mas já no fim do dia, no Portinho novamente. Encontrámos o Emanuel e a Elizabete a sair das "paredes" e ainda tomámos um cafézinho.

Jantámos depois com o Paulo Miguel e a namorada Suzana, num restaurante no centro de Lisboa recomendadíssimo. Para além da decoração do próprio espaço, o ambiente, a simpatia da dona, comemos muito bem e tudo foi impecável.

segunda-feira, junho 25, 2007

O meu primeiro 7a+


Este fim de semana, após um período de pausa na escalada, estive a escalar em Tabuaço.
Sexta de manhã tinha uma escritura em Matosinhos e a seguir o Mestre deu-me boleia de regresso. Fomos até Tabuaço.
Chegou a fresquinha do fim de tarde e depois da Chaminé e do Fradinho e de eu ter andado na Variante (6a), ele disse que era a vez do 7a+ da estrada ao que eu lhe respondi:

- Não, deixa, vou lá eu.

e assim foi.
O começo foi duro, ele deu-me todas as indicações que eu precisava para fazer a via. Não podia ter feito mais, dependia tudo de mim e da minha força de vontade...
Não estava habituada ao material e o calor, mesmo de fim de tarde, ainda incomodava.
Após os primeiros movimentos de força exagerada comecei a tomar-lhe o jeito e começou a fluir... demorei um pouco mais do que um habitué tomaria mas consegui e isso é que importa. Foi lindo!

Para o Encontro 777 ficam a saber que têm uma via maravilhosamente limpa!
Graças ao ascensor e ao Gri Gri foi uma maravilha, muita força, algumas bolhas nas mãos, o arnês a aleijar-me... foi duro mas posso dizer que fui por ali a cima com grande estilo! Pelo menos os trolhas e mirones que iam passando na estrada estavam muito impressionados (e preocupados alguns até!).

Daqui a uns anitos espero poder encadea-la com a mesma categoria... por enquanto fico satisfeita por poder limpá-la para os Mestres.

domingo, junho 17, 2007

Encontro de ESCALADORES 777 - Tabuaço, Fradinho


Mais informações virão em breve... mas que promete, isso é garantido! É que abafa!

sexta-feira, junho 01, 2007

Post de Maio

Já à uns dias que ando a dever alguma atenção ao blog mas a falta de inspiração, a preguiça, têm-me invadido e por isso ando a atrasar. Na realidade, a contrapor este meu estado de espírito as últimas semanas até têm sido bastante activas. Quer-se dizer, activas no sentido “lúdico da coisa”, da escalada às aventuras e cusquices do dia a dia, porque trabalho…. nem vê-lo. Desde que acabei o estágio ainda não fiz mais nada – fora aqueles 20 minutos nocturnos à boca de uma das galerias das minas da Granja a fazer escutas dos ruídos dos morcegos que lá estariam, ou seja, um, com a equipe de Pombal.
Bem, fora isso passou-se mais dois fins-de-semana em Poios, outro de grande agitação em Penha Garcia e mais umas jantaradas e aventuras pelo meio.

Uma semana depois de virmos de Espiel, eu fui ter o Mestre a Poios. Tirar os frutos das mini férias. Eu já cheguei tardíssimo…mas já lá estavam a Natália e o Sérgio, bem como o Marco Cunha, o Luisito, o Bruno, a Helena, o Luís e mais bastante pessoal. Na terça eu tinha “dado um tiro” no 6a do Osso e então decidi trabalhá-la e no fim do dia saquei-a. Mais um 6a para o meu currículo. Depois foi a vez do V+ à direita, quase que deu tanto trabalho como a Nati. O gozo desse fim-de-semana foi precisamente essas duas conquistas e o convívio com aqueles artistas… e é claro que com tantos mestres tinha que sair asneira… e assim nasceu o mito da colegial.

Depois almoços, lanches, jantares, confissões, confessores, pecadores, está tudo perdido… e eu a pensar que andava mal… censura, consciência moral, a mim dói-me tudo mais, mais do que devia diz-me a São e a Pocinhas ia-se rindo…

Mais um fim-de-semana, Penha Garcia era o destino. O Clã estaria lá todo junto, poucos faltavam. Estavam as condições todas juntas para um fim-de-semana perfeito. Para além disso choveu no país todo menos ali, tivemos mesmo sorte. No fim do dia fui ter com o Mestre a Viseu e ele já tinha ido buscar o Magno. Fomos só buscar a outra passageira, a Vanessa e esperámos pela outra célula nas bombas de Mangualde. Apareceram assim o pessoal de S. Pedro do Sul e o Rodrigo foi de mota a servir de piquete.
Ainda fomos jantar ao “Continente” da Covilhã e só depois seguimos viagem. Chegámos ao destino já eram 2 da manhã… Fomos ter com o pessoal que já lá estava ao café.




































Foi um fim de semana bastante activo, produtivo, saquei o meu primeiro 6a em flash, houve muita festa, danças, mitos, cusquices, surgiram até rumores de relações a 3, a 4 e até envolvendo fantasias com travestis vestidos de colegiais… no seio de gente dita de bem e de bons costumes… os meus caros amigos estavam até Abismados com as evidentes relações das mais diversas naturezas… É claro que a petiz estava em todas…

Os serões e a jantarada de sábado no restaurante “Javali” serão concerteza de relembrar e o Magno e o Luisito mais uma vez brilharam com um serviço de verdadeiros mestres. Nas noitadas o brilharete foi para o duro Bruno e o seu chapéu de Mexicano, a dança da Motosserra e outras coreografias comprometedoras…

Entretanto voltámos a Poios, eu e o Mestre onde pouco escalei, deixei alguns projectos e o convívio valeu a viagem.

Depois foi mais uma semana a preparar a viagem de domingo pela qual eu prescindira de um fim de semana de escalada, coisa que já não fazia à muito tempo… A viagem dos meus Companheiros a La Alberca, uma pequena aldeia a 40 km de Ciudad Rodrigo e a Peña de Francia, um santuário no cimo de uma serra fantástica com os seus mais de 1700m de altitude. Assim fomos quase 40 amigos de Trancoso e Meda e correu tudo brilhantemente bem.

Agora ficam as recordações de mais um mês activíssimo; as saudades de alguns momentos que já não voltam atrás.

Fica também o desejo das melhoras ao pobre do Sesa e de mais cuidado com escadas da Natalie; a descoberta dos poderes fantásticos das empadinhas da avozinha; os parabéns ao M.P. pelos seus brilhantes resultados deste mês; a torcida para o regresso do meu filhote do qual já tenho muitas saudades; a satisfação de poder dizer que fiz dois bons amigos semi-alentejanos e que conheci bastante gente muito interessante; sem esquecer de dar os parabéns ao meu FCP que se sagrou novamente Campeão!

Ah, ficam também os parabéns à minha irmã que fez 25 anos dia 13 de Maio (que santinha!) – A Ritinha - e à Mika que vai ser mãe pela primeira vez.