quinta-feira, setembro 28, 2006

Outro dia passei pela varanda. A mesma varanda que me viu chorar. Me viu sentir tão fraca.... Sentir-me tão pouco eu, pois eu tinha ali desaparecido.
Ergui o olhar e respirei fundo...mas fiquei bem, incrivelmente bem. Foi a primeira vez que a fitei desde aquela outra noite e surpreendentemente, ou talvez não, fiquei mesmo bem. Reconquistei o meu lugar e mais que com satisfação foi com orgulho que a olhei de soslaio. Senti-me segura acima de tudo.
Segura como quando cheguei ao chão da "Diana",
Segura como naquele miradouro no topo do Mundo num dia de Verão,
Segura como me sinto agora, tão segura e plena como jamais me senti.
Os sonhos são algo de moldável. Não são estanques. Adaptam-se. Nunca pensei virem eles a adaptarem-se a mim de forma quase tão exacta.
Confesso que sempre fui um tanto ou quanto quadrada... Houve tempos em que muita coisa era importante para mim. Precisava de certezas de todos menos as minhas, não gostava de me sentir com certeza de nada e isso chegava até a assustar-me. Errei. Errei mais do que gostaria, também por causa disso.
As únicas certezas que tenho agora são as minhas. Acredito no que me diz mas não preciso que mo diga. Só gosto que o repita como um mimo do qual não me canso...
O medo do futuro perdi-o, nunca apreciei tanto a vida. Sinto ânsia de viver o meu futuro e o meu medo é começar a temer a morte.

1 comentário:

Anónimo disse...

Entendido e compreendido, as palavras são para ser faladas, mas os sentimentos são para ser sentidos.

De facto é um lindo texto, mas o sentimento que transparece é muito mais bonito.

um beijo grande,
MP