Saída por volta das 6 da matina das Antas em direcção a Portalegre. Eu e o Márcio partimos sozinhos. O Filhote inesperadamente teve que ficar em terra... outras viagens virão.
Partimos novamente desta vez em direcção a Espiel via Campo Maior, Badajoz, Zafra e Belmez. Parámos à beira da estrada para comer qualquer coisa que tínhamos levado.
Mal entrámos em Espanha apanhámos chuva…. E forte… Quando chegámos a Belmez ela parou… felizmente! Ainda fizémos uma pequena caminhada a pé em torno do castelo e das suas paredes mas o que queria era mesmo chegar a “casa”, ao destino, a um sítio onde pudesse assentar arraiais e descansar. Fomos directos a Espiel e ao refugio… fechado! Pensámos que seria do horário…esperámos que assim fosse. Fomos a
Finalmente chegámos, felizmente o parque era barato e fizemos logo o check-in. O Márcio marcou imediatamente as 6 noites… eu nesse momento só pensei “não sei para quê, amanhã vamos mas é embora…”.
Mas era preciso “activar”. Montámos a nossa tenda “3 seconds”, desfizemos as trouxas e eu preparei uma das massas pré-preparadas que tinha trazido para nós. Ao fim de 10 minutos já tínhamos jantado. Em silêncio. Estávamos mesmo desanimados …
Aquele terrível dia estava a acabar e a chuva tinha começado a cair.
5ª feira – 26 de Abril
Acordei por volta das 10. O Márcio deixou-me dormir… estávamos a recuperar e como tinha chovida ainda durante a manhã… Mas quando me levantei começava a ficar sol. Fui tomar um duche, tomámos o pequeno-almoço, eu as minhas Estrelitas é claro, e fomos tomar café a Espiel e comprar pão. Foi a primeira e última vez. O pão já foi comprado com uma rigidez inapropriada para dentes mais sensíveis e com isso passámos a optar por Bimbo.
6ª feira – 27 de Abril
O Marco veio ter connosco às paredes.
Consegui fazer as primeiras vias à vista e à abrir das férias. O dia só não rendeu mais, porque tivemos que fazer alguns intervalos a meio da tarde para nos recolhermos onde podíamos, por causa da chuva que insistia em cair… Ali almoçámos os três na “cova da cobra”. Mesmo assim o Marco não nos deixou arredar pé e escalámos bastante. O Marcito é que sofreu um pouco com direito a voos e tudo. Mas sempre em grande estilo, com presas na mão ou todo arranhado.
Jantámos os 3 em Espiel no restaurante com uma das personagens mais aterradoras que vi sem ser uma personagem de um filme… Só o meu netinho (AKA Luisito) é que poderia encarar tal desafio e domar a besta… uma verdadeira moça de bar motard americano de um filme do Tarantino.
No final lá fomos descansar para o parque enquanto o Marco ficou pela vila a caminho dos carrinhos de choque e das "garotitas de cinto" com a desculpa de estar à espera da Natália e do Sérgio que chegavam nessa noite.
Sábado – 28 de Abril
Dia de descanso. Fomos para Córdoba.
Passeámos bastante mas na prática estávamos bastante ansiosos de regressar às paredes. Córdoba é uma cidade interessante mas os subúrbios, tal como em Badajoz são bastante intimidantes. A forte influência árabe faz-se notar não só na arquitectura mas também na cultura local. Muitas pracinhas, vielas, muitas flores, um centro histórico bastante agradável.
Sábado – 28 de Abril
Dia de descanso. Fomos para Córdoba.
Acabámos bastante cansados de tanto caminhar.
Domingo – 29 de Abril
Finalmente de regresso às paredes! Conheci então a Natália e o Sérgio que mais tarde descobri serem os “bloguistas” do Abismo Branco. São dois castiços, tal como o Marco, todos do Norte, da região do Porto, mas que se instalaram por questões profissionais no Alentejo.
No final do dia eles tiveram que ir embora e nós regressámos ao acampamento. Mais um dia das minhas fantásticas massas! Knorr rules!
2ªfeira – 30 de Abril
Tinha voltado a chuva. Tomámos o pequeno-almoço a chover e o panorama para o dia não era agradável. Rumámos a Espiel a rezar para que o dia melhorasse. O Mestre estava mal-humorado e mal falava… passou-me até o carro para as mãos. Eu vi logo que algo não estava bem. Continuava a chover. Fomos para o café. Ainda pensámos em ir à Cova Fosforita mas a chuva…
“Eu agora se não fosse loucura ia mas era para Poios…” disse o Márcio entre dentes… “ e então? Porque não? Se quiseres. “ Bastaram a troca de meia dúzia de palavras, incrédulos connosco próprios e com a nossa loucura e fomos a grande velocidade ao acampamento. Tomei um duche, arrumámos tudo e em uma hora estávamos já de viagem rumo a Portugal.
Em 6 horas chegámos à Redinha, com algum mau tempo pelo caminho, poucos diálogos e sempre com o medo do arrependimento presente. O Márcio continuava mal humorado… parámos em Alpalhão e eu ainda fui comprar uns queijinhos regionais.
Escalámos 2 vias, dois IVºs graus e com isso encadeei os “versos satânicos” que me andavam a ocupar a mente à algum tempo. Depois o vento, o frio e a chuva impediram-nos de continuar. Fomos jantar a Pombal à churrasqueira de sempre e com os mesmo miúdos de sempre a fazer barulho. Dormimos junto ao rio na Redinha.
3ªfeira – 1 de Maio
Fomos tomar o pequeno-almoço à pastelaria de sempre e descobrimos que estava por Poios o Magno e mais algum pessoal da trupe do costume.
Fomos todos para o Microondas. Estive a trabalhar no meu projecto, o 6a do “Osso”, Nati. Encadeei finalmente o Vº, Paulo.
Fim do dia, o Márcio veio trazer-me às Antas e seguiu viagem para o Porto. Eu precisava de matar saudades da minha bicharada e do meu espaço.
Obrigada à cambada Marco, Natália, Sérgio e em especial é claro ao Mestre que mais uma vez proporcionou um programa memorável para a minha história dentro da escalada. Boas para o Filhote com quem me preocupo sempre.
4 comentários:
grande roc trip;)
força ai nos encadeamentos...
Filipe Viseu
www.routarvertical.blogspot.com
relato inspirado!
Ora lá tá... é assim que se fazem amizades para mais tarde ensarilhar numa parede qualquer.
Beijinhos
Cati, Cati, Cati...
Este relato está fantástico.
Gostei muito de te encontrar companheira de cordada feminina...
Com giboia ou sem giboia, venham metros, largos, 6a's, medo e mais medo.
abraço
Espero que o treino tenha sido bom.
Mas agora vai ser ainda melhor ...
Para onde agora ...
Tailandia? Prades? Ou ...?
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