Saída por volta das 6 da matina das Antas em direcção a Portalegre. Eu e o Márcio partimos sozinhos. O Filhote inesperadamente teve que ficar em terra... outras viagens virão.
Por volta das 11 chegámos a Marvão e fomos ter com o Marco Cunha às paredes. Fomos ver paredes que mais pareciam barrocais… mas ao nos aproximarmos percebemos o porquê da existência do “mito alentejano”… de facto é surpreendente. As paredes de 20 metros, algumas mais, parece que se vão desfazer aos nos encostarmos e o pó escuro que nos suja tudo não transmite mais segurança mas as estalactites de calcite são impressionantes e depois percebemos que afinal é rocha (!). Dá vontade de no meio de todo aquele mato nos mandarmos às vias mas a aparente fragilidade das paredes no segundo seguinte intimida-nos e decidimos “guardar para a próxima vez”…
Partimos novamente desta vez em direcção a Espiel via Campo Maior, Badajoz, Zafra e Belmez. Parámos à beira da estrada para comer qualquer coisa que tínhamos levado.
Mal entrámos em Espanha apanhámos chuva…. E forte… Quando chegámos a Belmez ela parou… felizmente! Ainda fizémos uma pequena caminhada a pé em torno do castelo e das suas paredes mas o que queria era mesmo chegar a “casa”, ao destino, a um sítio onde pudesse assentar arraiais e descansar. Fomos directos a Espiel e ao refugio… fechado! Pensámos que seria do horário…esperámos que assim fosse. Fomos ao centro da vila ao café das tostadas de aceite e descobrimos que o novo dono do refúgio é o mesmo do bar da zona industrial. Ali fomos. Os nossos piores receios concretizaram-se… o refúgio estava fechado. Em remodelação, sem luz, sem água, fechado sem excepções até Maio! Até daqui a 2 semanas! Que azar… Estávamos a ficar com o cenário bastante negro… E parques de campismo na região? Nada, diziam-nos por ali… o Márcio lembrou-se de ter visto algo a uns km em direcção a Córdoba e assim foi. Ainda fomos a Villalba procurar e por fim lá nos informaram da existência de um na saída de Villaviciosa a 35 km de Espiel. Nem hesitámos, fomos logo. Estávamos exaustos, desanimados, preocupados, tensos e com o prenúncio de umas férias arruinadas…
Finalmente chegámos, felizmente o parque era barato e fizemos logo o check-in. O Márcio marcou imediatamente as 6 noites… eu nesse momento só pensei “não sei para quê, amanhã vamos mas é embora…”.
Mas era preciso “activar”. Montámos a nossa tenda “3 seconds”, desfizemos as trouxas e eu preparei uma das massas pré-preparadas que tinha trazido para nós. Ao fim de 10 minutos já tínhamos jantado. Em silêncio. Estávamos mesmo desanimados …
Aquele terrível dia estava a acabar e a chuva tinha começado a cair.
Nessa madrugada desabou o céu sobre nós sob a forma de uma tromba de água.
5ª feira – 26 de Abril
Acordei por volta das 10. O Márcio deixou-me dormir… estávamos a recuperar e como tinha chovida ainda durante a manhã… Mas quando me levantei começava a ficar sol. Fui tomar um duche, tomámos o pequeno-almoço, eu as minhas Estrelitas é claro, e fomos tomar café a Espiel e comprar pão. Foi a primeira e última vez. O pão já foi comprado com uma rigidez inapropriada para dentes mais sensíveis e com isso passámos a optar por Bimbo. Finalmente fomos conhecer as famosas paredes de escalada. Fomos para o sector “Espigon Derecho” e começámos a sentir alguma motivação. Estávamos ali e o melhor a fazer era aproveitar, desfrutar das férias e escalar, escalar, escalar.
6ª feira – 27 de Abril
O Marco veio ter connosco às paredes.
Consegui fazer as primeiras vias à vista e à abrir das férias. O dia só não rendeu mais, porque tivemos que fazer alguns intervalos a meio da tarde para nos recolhermos onde podíamos, por causa da chuva que insistia em cair… Ali almoçámos os três na “cova da cobra”. Mesmo assim o Marco não nos deixou arredar pé e escalámos bastante. O Marcito é que sofreu um pouco com direito a voos e tudo. Mas sempre em grande estilo, com presas na mão ou todo arranhado.
Partimos novamente desta vez em direcção a Espiel via Campo Maior, Badajoz, Zafra e Belmez. Parámos à beira da estrada para comer qualquer coisa que tínhamos levado.
Mal entrámos em Espanha apanhámos chuva…. E forte… Quando chegámos a Belmez ela parou… felizmente! Ainda fizémos uma pequena caminhada a pé em torno do castelo e das suas paredes mas o que queria era mesmo chegar a “casa”, ao destino, a um sítio onde pudesse assentar arraiais e descansar. Fomos directos a Espiel e ao refugio… fechado! Pensámos que seria do horário…esperámos que assim fosse. Fomos ao centro da vila ao café das tostadas de aceite e descobrimos que o novo dono do refúgio é o mesmo do bar da zona industrial. Ali fomos. Os nossos piores receios concretizaram-se… o refúgio estava fechado. Em remodelação, sem luz, sem água, fechado sem excepções até Maio! Até daqui a 2 semanas! Que azar… Estávamos a ficar com o cenário bastante negro… E parques de campismo na região? Nada, diziam-nos por ali… o Márcio lembrou-se de ter visto algo a uns km em direcção a Córdoba e assim foi. Ainda fomos a Villalba procurar e por fim lá nos informaram da existência de um na saída de Villaviciosa a 35 km de Espiel. Nem hesitámos, fomos logo. Estávamos exaustos, desanimados, preocupados, tensos e com o prenúncio de umas férias arruinadas…
Finalmente chegámos, felizmente o parque era barato e fizemos logo o check-in. O Márcio marcou imediatamente as 6 noites… eu nesse momento só pensei “não sei para quê, amanhã vamos mas é embora…”.
Mas era preciso “activar”. Montámos a nossa tenda “3 seconds”, desfizemos as trouxas e eu preparei uma das massas pré-preparadas que tinha trazido para nós. Ao fim de 10 minutos já tínhamos jantado. Em silêncio. Estávamos mesmo desanimados …
Aquele terrível dia estava a acabar e a chuva tinha começado a cair.
Nessa madrugada desabou o céu sobre nós sob a forma de uma tromba de água.
5ª feira – 26 de Abril
Acordei por volta das 10. O Márcio deixou-me dormir… estávamos a recuperar e como tinha chovida ainda durante a manhã… Mas quando me levantei começava a ficar sol. Fui tomar um duche, tomámos o pequeno-almoço, eu as minhas Estrelitas é claro, e fomos tomar café a Espiel e comprar pão. Foi a primeira e última vez. O pão já foi comprado com uma rigidez inapropriada para dentes mais sensíveis e com isso passámos a optar por Bimbo. Finalmente fomos conhecer as famosas paredes de escalada. Fomos para o sector “Espigon Derecho” e começámos a sentir alguma motivação. Estávamos ali e o melhor a fazer era aproveitar, desfrutar das férias e escalar, escalar, escalar.
6ª feira – 27 de Abril
O Marco veio ter connosco às paredes.
Consegui fazer as primeiras vias à vista e à abrir das férias. O dia só não rendeu mais, porque tivemos que fazer alguns intervalos a meio da tarde para nos recolhermos onde podíamos, por causa da chuva que insistia em cair… Ali almoçámos os três na “cova da cobra”. Mesmo assim o Marco não nos deixou arredar pé e escalámos bastante. O Marcito é que sofreu um pouco com direito a voos e tudo. Mas sempre em grande estilo, com presas na mão ou todo arranhado.
Jantámos os 3 em Espiel no restaurante com uma das personagens mais aterradoras que vi sem ser uma personagem de um filme… Só o meu netinho (AKA Luisito) é que poderia encarar tal desafio e domar a besta… uma verdadeira moça de bar motard americano de um filme do Tarantino.
No final lá fomos descansar para o parque enquanto o Marco ficou pela vila a caminho dos carrinhos de choque e das "garotitas de cinto" com a desculpa de estar à espera da Natália e do Sérgio que chegavam nessa noite.
Sábado – 28 de Abril
Dia de descanso. Fomos para Córdoba.
Passeámos bastante mas na prática estávamos bastante ansiosos de regressar às paredes. Córdoba é uma cidade interessante mas os subúrbios, tal como em Badajoz são bastante intimidantes. A forte influência árabe faz-se notar não só na arquitectura mas também na cultura local. Muitas pracinhas, vielas, muitas flores, um centro histórico bastante agradável.
Um dia de muito sol, muito calor.Sábado – 28 de Abril
Dia de descanso. Fomos para Córdoba.
Passeámos bastante mas na prática estávamos bastante ansiosos de regressar às paredes. Córdoba é uma cidade interessante mas os subúrbios, tal como em Badajoz são bastante intimidantes. A forte influência árabe faz-se notar não só na arquitectura mas também na cultura local. Muitas pracinhas, vielas, muitas flores, um centro histórico bastante agradável.
Acabámos bastante cansados de tanto caminhar.
Domingo – 29 de Abril
Finalmente de regresso às paredes! Conheci então a Natália e o Sérgio que mais tarde descobri serem os “bloguistas” do Abismo Branco. São dois castiços, tal como o Marco, todos do Norte, da região do Porto, mas que se instalaram por questões profissionais no Alentejo.
Escalámos bastante e a energia deles foi contagiante. Para mim e para o Mestre foram essenciais para nos trazerem a genica necessária para escalarmos fosse o que fosse… o dia de descanso tinha-nos atordoado e estávamos meios zombies… mas no final ainda nos divertimos bastante e fizemos umas proezas. É claro que a “jibóia” do Marco foi fundamental para que as cordadas femininas tivessem sucesso e até os azeiteiros espanhóis ficaram “abismados” com a “nossa”, que era visivelmente maior que a deles… Eu pelo menos acabei o dia de “barriga cheia” de metros e mais um 6a no currículo, ainda que em top.
No final do dia eles tiveram que ir embora e nós regressámos ao acampamento. Mais um dia das minhas fantásticas massas! Knorr rules!
2ªfeira – 30 de Abril
Tinha voltado a chuva. Tomámos o pequeno-almoço a chover e o panorama para o dia não era agradável. Rumámos a Espiel a rezar para que o dia melhorasse. O Mestre estava mal-humorado e mal falava… passou-me até o carro para as mãos. Eu vi logo que algo não estava bem. Continuava a chover. Fomos para o café. Ainda pensámos em ir à Cova Fosforita mas a chuva…
“Eu agora se não fosse loucura ia mas era para Poios…” disse o Márcio entre dentes… “ e então? Porque não? Se quiseres. “ Bastaram a troca de meia dúzia de palavras, incrédulos connosco próprios e com a nossa loucura e fomos a grande velocidade ao acampamento. Tomei um duche, arrumámos tudo e em uma hora estávamos já de viagem rumo a Portugal.
Em 6 horas chegámos à Redinha, com algum mau tempo pelo caminho, poucos diálogos e sempre com o medo do arrependimento presente. O Márcio continuava mal humorado… parámos em Alpalhão e eu ainda fui comprar uns queijinhos regionais.
Escalámos 2 vias, dois IVºs graus e com isso encadeei os “versos satânicos” que me andavam a ocupar a mente à algum tempo. Depois o vento, o frio e a chuva impediram-nos de continuar. Fomos jantar a Pombal à churrasqueira de sempre e com os mesmo miúdos de sempre a fazer barulho. Dormimos junto ao rio na Redinha.
3ªfeira – 1 de Maio
Fomos tomar o pequeno-almoço à pastelaria de sempre e descobrimos que estava por Poios o Magno e mais algum pessoal da trupe do costume.
Fomos todos para o Microondas. Estive a trabalhar no meu projecto, o 6a do “Osso”, Nati. Encadeei finalmente o Vº, Paulo.
Fim do dia, o Márcio veio trazer-me às Antas e seguiu viagem para o Porto. Eu precisava de matar saudades da minha bicharada e do meu espaço.
Resumindo foram umas férias bastante boas, treinei muito, conheci gente nova, mais duas escolas (Espiel e Belmez) e pude evoluir.
Obrigada à cambada Marco, Natália, Sérgio e em especial é claro ao Mestre que mais uma vez proporcionou um programa memorável para a minha história dentro da escalada. Boas para o Filhote com quem me preocupo sempre.